sábado, 2 de fevereiro de 2013


Os meses estão tensos
Consigo cheirar as rosas 
Apesar das flores artificiais 
Os bolsos se transformaram em vasos de braços 
A distância entre eu e o querer 
Ultrapassa as distancias 
E constroem crateras de desentendimentos
A barriga não é a mesma 
Os olhos se avermelham de dor e lagrimas 
Vozes atormentam a paz 
E a corda que se faz aliança 
Precisa ser desatada
Antes que todas as palavras 
Sejam sustadas. 

Alexandre Lucas

Solidão 
Ela, a minha amante me acompanhará 
Durante a noite, sentará do meu lado
E tomará café comigo 
e atentamente acompanhará e brotará as poesias
é a companhia que não vejo 
é o meu tiro companheiro. 

Alexandre Lucas

Perdi no meio do caminho todas as pedras preciosas 
Elas fizeram peso no fardo da vida
E como a caminhada era longa 
Preferi não calejar os ombros...

Alexandre Lucas

Tomo banho a cada instante
As lágrimas limpam as minhas dores 
Um dia a água será doce
E matarei a minha sede. 

Alexandre Lucas

Não chorei o suficiente, nem aprendi a nadar quando criança
Esse mundo 
é um mundo de adultos 
e eu ainda tenho que aprender a chorar e a nadar. 

Alexandre Lucas

Hoje caberia dentro de uma forma de agulha 
Mas não estaria em condições de ser agulha para tecer nada.
Mas acredito que amanhã posso avolumar
E arrebentar todos os tecidos para passar. 

Alexandre Lucas

A lua se esconde por trás de mim
No alpendre escuto apenas a música dos sapos 
Ritmada com soluços 
A casa vazia e o coração apertado
Compõe uma canção 
Fria 
Enquanto os sonhos fervilham. 

Alexandre Lucas

Ao deixar tudo como está 
A poesia perde a ternura 
O sonho se esfarela em fotos indigestas 
E o poeta se desfaz
Em imagens herzoguianas. 

Alexandre Lucas

Roupas foram rasgadas,
De tanto desespero, 
Os vasos de sonhos foram quebrados 
As flores perderam o seu cheiro
E o chão do quarto virou o papel 
Da poesia de instante 
E o lençol embrulhado
Materializa o vazio 
E um cinema que criado em dias sonhos. 

Alexandre Lucas

Hoje queria o abraço da lua 
o aconchego do sol 
a rutilância das estrelas
um jardim multicolor 
e um baú de utopia para guardar tudo isso 
e a cada instante lançar 
sobre os campos minados de vazio
bombas de esperança.

Alexandre Lucas

A saudade terce a poesia
Clamando pelo reencontro
Há quanto tempo não sinto
Nossas vozes esculpindo os nossos sabores
As  adversidades fazem mar
E que Yemanjá nos ensine a nadar.

Alexandre Lucas