terça-feira, 30 de julho de 2013

Guardo cada multicolor fio
Que foi me tecendo
Neste tear de comunhões
Guardo a maça que murchou
A flor que restou
O riso que do gozo ficou
 O olhar que fincou
Guardo o pão e a palavra
 A gentileza e a companhia
A rebeldia e a sabedoria
Guardo as bandeiras e os lençóis
 A eloquência e a saliência
 A poesia e a despedida
Guardo cada fio que se fez ternura
 Rompendo as amarras dos arames farpados.

Alexandre Lucas

sexta-feira, 5 de julho de 2013

.

E essa poesia que meu deu uma rasteira
Que me derrubou na cama
Que se fez feiticeira
Mulher guerreira
Acendendo fogo
Fazendo lareira  


Alexandre Lucas 

Os teus suspiros engatinham os meus prazeres 
Teu corpo condensado, o meu ao teu ligado
Algas bailarinas
Olhos fechados
Comungando 
Os desejos sagrados. 

Alexandre Lucas

Hoje queria encurtar os nossos espaços 
E ter servir uma poesia quente 
Sentir as palavras sendo degustadas pela tua boca
E ouvir a música dançante do teu corpo 
Embalando os meus infindáveis...
Sonhos. 

Alexandre Lucas

Vem escrever sobre o meu corpo a ternura das tuas palavras
Amparar o sonho, 
Cotejar a estrada 
Cultivar as flores
Regar os jardins 
Ventilar-se entre as bandeiras
Caso necessário fazer trincheira
Para tomar banho renovado de cachoeira. 

Alexandre Lucas

Cocos e metais se espatifam 
Rostos e corpos se espancam 
Proibições e privações 
Apenas silenciam 
Pois as baionetas da consciência e a ternura revolucionária
Ensaiam entre as muralhas 
A revolução. 

Alexandre Lucas

Queira-me neste instante livre 
Entoando cânticos de ternura 
Eriçando teus desejos 
Queira-me meu 
Queira-se sua 
Em corpos emprestados
Bandeiras vermelhas 
E rosas almofadas 
Cantemos a internacional do corpo 
De pé e em sonhos libertários. 

Alexandre Lucas

Os campos humanos ainda brotam flores
A ternura continua sendo uma flor que nasce todos os dias
Ainda acredito nos jardins e na sua humana felicidade
Tudo pode ser mentira: As flores, os jardins e a felicidade
Mas prefiro me entorpecem de sonhos
Para reinventar as flores, os jardins e a felicidade.

Alexandre Lucas