segunda-feira, 21 de outubro de 2013

Quero que o poema tenha toda a sacanagem
De uma estética intelectualmente tesuda
E que as formas se percam nos lençóis dos conteúdos
Que a mulher pisoteie com as suas palavras a sua bunda
E que após o ato, o trato e o gozo
Tenhamos mil palavras para acariciar o poema
E que a roupa fique espalhada por toda a casa
O prazer do corpo e da alma
Descarta os medidores, os cronômetros
E abomina os níqueis corpos.
E que o poema tenha o desejo
De uma maça verde,
E que o pecado seja sagrado
e que a maça fique esbeltamente talo.

Alexandre Lucas

Esse olhar de profundeza inquietante
Devoram os meus desejos
O tato dos teus mistérios
Sopra fogo...
Enquanto
Imagino a paisagem desnuda
Das tuas vontades sendo traquinada
Olhos fechados, pele orquestrada
E uma serenata de prazer
Caminhando entre suspiros e estradas.

Alexandre Lucas