Cresci entre rochas e vagões
Trilhos, areias e mato
Escutei orquestras de cabarés
Vi jogo de bolas e tapas
Soltei pipas, bilas e traques
Assisti aos vôos dos urubus
Sobrevoando carniças e lama
Brinquei no campo sem horizontes
Ouvir o trem e sentir a trepidação
Bingos, bicicletas, lutas e sonhos
Couros, facas e colas,
Tesouras, panos e revistas
Batuques, Nunchakus e ninjas
carros de flandes e castelos de areia
Porcos, torresmos e gritos
Brigas, rezas e mortes
Amores e conquistas
Corrida no telhado
Quadrilhas e fogueiras
Povoam a paisagem das minhas lembranças
Na beira do Gesso.
Alexandre Lucas
Aprendi nu
Nunca foi fardado que o conhecimento veio
Não foi o tênis que tornou o ensino didático
Muito menos a calça, a meia e a blusa
Risquei a farda, calcei sandaria e rasguei a calça
Andei nu
Deitei-me em cima mesa
Fiquei em pé em cima da cadeira
Usei chapéu,
Sentei no chão
Escrevi palavrão
E desenhei meu sexo na parede
Ao lado da palavra opressão
E mesmo assim aprendi
A compor outra ideia de escola e libertação.
Alexandre Lucas
Quando todas as flores murcharem
Fabricarei os sonhos
Tomarei banho de lagrimas
Para banhar o encardido da alma
Pintarei o sol, o rosto e as angústias
Ficarei de frente para o espelho
Remexendo a cara
Para espantar a cara severa
E fazer dar dor uma porção de primavera.
Alexandre Lucas
Fabricarei os sonhos
Tomarei banho de lagrimas
Para banhar o encardido da alma
Pintarei o sol, o rosto e as angústias
Ficarei de frente para o espelho
Remexendo a cara
Para espantar a cara severa
E fazer dar dor uma porção de primavera.
Alexandre Lucas
Não nego, a vida é áspera
Insisto em viver
Em andar de mãos dadas
De escrever poesias com o corpo
Conversar sobre fraternidade
Cutucar a parede cinza
Acreditar nas primaveras
E saber das outras estações
Sentir o vento dos suspiros
E a brisa das praças
O lambuzar dos sorvetes e o algodão dos sonhos
Não nego, insisto em acreditar.
Alexandre Lucas
Insisto em viver
Em andar de mãos dadas
De escrever poesias com o corpo
Conversar sobre fraternidade
Cutucar a parede cinza
Acreditar nas primaveras
E saber das outras estações
Sentir o vento dos suspiros
E a brisa das praças
O lambuzar dos sorvetes e o algodão dos sonhos
Não nego, insisto em acreditar.
Alexandre Lucas