quinta-feira, 29 de janeiro de 2015

Resta-me tentativas de querer  
Uma noite tranquila,
Um corpo tocando valsas de embriagues
Um verso pronunciado de olhares
 E uma pausa.
A luz apagou
A porta foi derrubada
E sair correndo.

Alexandre Lucas 

quarta-feira, 28 de janeiro de 2015


A luta se tece nos sonhos
E em tacos de inquietude se faz a humanidade
a vida sem  pão e  poesia
arrebenta a  sensibilidade
faz flores murchas
 de imensa angustia
A liberdade  pousa em vasilhas
Em gotículas  de ventania.

Alexandre Lucas 

domingo, 25 de janeiro de 2015

Um dia ainda vamos namorar os olhos
Sem toques, nos tocaremos
Beijaremos vontades,  sem nenhuma língua dançar,
Molharemos a boca de alegria
E faremos dos olhos purpurina
Para rutilar novos tacos de esperança


Alexandre Lucas    

sábado, 24 de janeiro de 2015

Posso escreve mil versos
Nenhum deles será a vida
Não haverá atropelos
Talvez um encontro de palavras desajeitadas
Nenhuma palavra se juntará a outra para suspirar e gozar
Muito menos a palavra com faca em punho esquartejará a outra palavra
A palavra nunca será pobre ou rica, será  palavra
O que seria da vida sem as palavras?
Inquietamente questiono
O que seria das palavras sem a vida?


Alexandre Lucas 

quinta-feira, 22 de janeiro de 2015

Trago comigo a nudez
Preenchida por peles
Entre flores e carnavais
Entorpeci-me de sabores
Entre camas, surtos e  corpos  
Fiz louvores .  


Alexandre Lucas 

quarta-feira, 21 de janeiro de 2015

A palavra se entranha em meus sentidos
Alimenta a minha fome incontrolável de carinho
Trago um cigarro de poesia
para sair do silencio do meu eu.  


Alexandre Lucas 

domingo, 18 de janeiro de 2015

As vezes tento plantar flores
No meu e no teu coração,
Noutras falta água para regar os sonhos.
Teimo em plantar flores e construir a revolução
Jardinando a vida, recolho terra entre os dedos, faço lama
Vejo brotar da terra as minhas mãos alinhadas as tuas.


Alexandre Lucas        

sábado, 17 de janeiro de 2015

Uma poesia entre os dedos
Tece um lençol de carinho
Enquanto que acolho o tempo entre palavras miúdas
E entre os dedos recrio a paisagem
Dos olhares risonhos
Navego e o tempo faz tremer as certezas
Navego e faço balsas para encher de lençóis.
Navego no selamento das delicadezas.

Alexandre Lucas

quarta-feira, 14 de janeiro de 2015

Tem dias que a casa fica cheia de repleto vazio
São os dias que chuto as  minhas pernas
Para continuar andando
Noutros dias consigo voar e plantar flores nas nuvens


Alexandre Lucas 

segunda-feira, 12 de janeiro de 2015

Bordei a noite na delicadeza das tuas mãos
Nos teus piscados de olhos e risos encaretados
Dancei com o teu nariz para sentir a tua alma
E o bordado se fez
Ponto a ponto com fios de calma
E embaralhado  entre a brincadeira   e  o encanto
a noite bordada se fez  sonhos.


Alexandre Lucas  

sexta-feira, 9 de janeiro de 2015

Sem registros é uma mentira 
Guardo apenas a lembrança  do passeio das tuas mãos
um retrato de gentilezas fotografado na memória dos desejos
as estranhezas da vida
o leque dos acontecimentos diferentes  
a vida  é como uma imagem de nuvens
quando menos se espera
 as nuvens inventam outras imagens
que aflora as nossas incertezas.   


Alexandre Lucas 

quarta-feira, 7 de janeiro de 2015

O tempo  todo do mundo, eu não tenho
Incontável como as estrelas e os sonhos
´É todo tempo do mundo
Tenho prazo
Um prazo de validade
Como comida que se estraga
Como  o tempo incontável
Sigo com prazo variável.


Alexandre Lucas   

segunda-feira, 5 de janeiro de 2015

Se eu transasse com o papel
Tocaria leve e pegaria de jeito   
Amassaria  e deixava molhado
Massagearia com palavras desejosas
E apimentadas de carinho e fraternidade

Mas se eu transasse com o papel
Ele não faria nada  
O papel se acabaria
Durante a noite
E pelo dia

O papel não gemeria
O papel não gritaria
O papel não me faria poesia.


Alexandre Lucas