Nenhuma palavra se juntará a outra para suspirar e gozar
Muito menos a palavra com faca em punho esquartejará a outra
palavra
A palavra nunca será pobre ou rica, será palavra
O que seria da vida sem as palavras?
Inquietamente questiono
O que seria das palavras sem a vida?
Alexandre Lucas
quinta-feira, 22 de janeiro de 2015
Trago comigo a nudez
Preenchida por peles
Entre flores e carnavais
Entorpeci-me de sabores
Entre camas, surtos e corpos
Fiz louvores .
Alexandre Lucas
quarta-feira, 21 de janeiro de 2015
A palavra se entranha
em meus sentidos
Alimenta a minha fome
incontrolável de carinho
Trago um cigarro de
poesia
para sair do silencio do
meu eu.
Alexandre Lucas
domingo, 18 de janeiro de 2015
As vezes tento plantar flores
No meu e no teu coração,
Noutras falta água para regar os sonhos.
Teimo em plantar flores e construir a revolução
Jardinando a vida, recolho terra entre os dedos, faço lama
Vejo brotar da terra as minhas mãos alinhadas as tuas.
Alexandre Lucas
sábado, 17 de janeiro de 2015
Uma poesia entre os
dedos Tece um lençol de carinho Enquanto que acolho o tempo entre palavras miúdas E entre os dedos recrio a paisagem Dos olhares risonhos Navego e o tempo faz tremer as certezas Navego e faço balsas para encher de lençóis. Navego no selamento das delicadezas.
Alexandre Lucas
quarta-feira, 14 de janeiro de 2015
Tem dias que a casa fica cheia de repleto vazio
São os dias que chuto as minhas pernas
Para continuar andando
Noutros dias consigo voar e plantar flores nas nuvens
Alexandre Lucas
segunda-feira, 12 de janeiro de 2015
Bordei a noite na delicadeza das tuas mãos
Nos teus piscados de olhos e risos encaretados
Dancei com o teu nariz para sentir a tua alma
E o bordado se fez
Ponto a ponto com fios de calma
E embaralhado entre a
brincadeira e o
encanto
a noite bordada se fez sonhos.
Alexandre Lucas
sexta-feira, 9 de janeiro de 2015
Sem registros é uma mentira
Guardo apenas a lembrança
do passeio das tuas mãos
um retrato de gentilezas fotografado na memória dos desejos