domingo, 21 de junho de 2015

Um dia
Sem uma data marcada
Poderei explodir,
num corpo surrado sem chibatadas
silenciar de uma vez por todas
os martírios dos olhares debochados
Os abusos inseparáveis
A descrença que tens
E a distância que praZERA
Amanhã é tarde ou noite
Deixarei o recardo sem nenhuma palavra
Apenas tenha a certeza que viajei
Não espere, não volto  
Deixei alguns versos escritos
Plantei algumas arvores
Poderá fazer sombra, sei lá
Ah, fiz um  filho que necessita criar as suas próprias pernas
Deixei também outros sonhos escritos
que não falam de borboletas que vão a lua
mas de gente que se constrói no sonho e na luta  
Um dia sem data marcada não estarei com vocês
Não guardem nada, nem o rancor, nem alegrias
Caiam nas ruas empunhando as bandeiras da produção dividida
Do corpo socializado e do sentimento despossuído
Encha os lares de pão e riso
De beijo e lírios.
Por favor, não esperem!


Alexandre Lucas  

quinta-feira, 18 de junho de 2015

Que  boca  se derreta em lençóis
Para esquenta os sonhos da noite
E abarcar as estrelas
E fazer do amor
Um mar

Alexandre Lucas 

quarta-feira, 17 de junho de 2015

Hoje queria um berço
Pra encolher o meu medo e me fazer mar
Queria sarar e espragatar as borbulhas de tristezas
Queria uma flor e uma criança para alegrar
Um corpo quente pra acolher a cabeça pesada 
Um cafuné...e uma solução.

Alexandre Lucas

domingo, 7 de junho de 2015

Nos  lábios calados
Guardo palavras
Para debulhar  felicidade
Entranhar a amizade nos ventos da fraternidade
Caminhar a com a leveza da reciprocidade
sentir a tranquilidade das folhas dançando
Ser inovador pra prazeROSAR
Entranho não são os contos de fadas
Que tem  finais sempre previsíveis...
Estranhos, somos nós de lábios calados
Imersos na  antropologia dos alados.  


Alexandre Lucas 

Entre mil afazeres de domingo
Passeio dentro de casa
Vestido de calor
Somente de calor
Retirei todas as peças
Que apertavam o meu corpo  
Desfilo livre para mim mesmo
e quando penso em sair
 me vejo preso
e vestido de pudores
Haverá um dia
Em que caminharemos juntos
Vestidos apenas pelos abraços
E ninguém perceberá
Os traços
De um povo fraternalmente nu
Assim como eram os nativos
Desta terra roubada.  


Alexandre Lucas 


Hoje pensei na rua da palavra
Aquela ruazinha em que se passa
Lentamente,
em que as paredes estão poesia
e as palavras de todas as cores
Preenche o caminho de alegria
Quero uma rua que não separe
Que o povo se veja
Como parte, como arte  
Que perceba na leitura
Uma arma de combate.


Alexandre Lucas