terça-feira, 19 de dezembro de 2017

Vestido de silêncio
Pronuncio desejos
Retiro a roupa
Para sentir o gosto da maçã
Vermelho, faço caminhos
Falo
Não apenas falo
Em silêncio guardo um turbilhão de duvidas.

Alexandre Lucas
Até então passava despercebida
Mas os olhos fizeram uma carta de confissões
Reservo-me ao direito de observar as linhas não ditas
E imaginar as linhas corpos
Escritas na palma dos desejos.

Alexandre Lucas
Meu corpo do teu se separa
Entre a terra e a lingua
Um desconforto
E as nossas almas se negam
Mesmo quando não se apartam

Alexandre Lucas
Um gesto que anuncia uma  desgraça
Um brinquedo, um peru, uma cesta básica
A fila, a briga e a máscara
Em tempo de natal,
Opio para o povo
A miséria não tem intervalo
Os relógios da exploração e da opressão
Cumprem o seu intento
As luzes anunciam torres artificiais de vazios
A vida segue
Com sacos esqueléticos e punhados de esperança 
Não esperemos, 
Que o  natal seja o nascimento diário
Da fabrica dividida, da terra compartilhada
do povo organizado e do brilho humanitário.

Alexandre Lucas   

segunda-feira, 11 de dezembro de 2017

Na rede nos debulhamos pela ultima vez
Teu corpo deliciosamente encaixado
Balançava para acordar o   fogo
Chama que hora e outra acende
No quarto te vejo pelas paredes
Como as lembranças velozes
Dos teus gemidos
Das tuas pernas
Dos teus saborosos gritos
Forte, rápido,  com todo prazer.
Uma música como chá para acalmar os ânimos
E nas lembranças a  rede balança. 

Alexandre Lucas