domingo, 4 de fevereiro de 2018

Ofereço-me no café, na prosa e no olho da conversa
Na estrada, na rede  e no canto da escada
No livro  e na livraria
Estou em oferta
Como o sol está para terra
Pelas noites,
Escondo-me e me oferto aos sonhos.

Alexandre Lucas


Estou tango
Dançando triste
Carregado de um olhar compassado de desejo
Estendendo a mão para dançar
Sentir o verso das pernas e o sopro malicioso no pescoço.   

Alexandre Lucas               


Estou aqui, certo que não é bem aqui
Saudade é lembrança que vem em  imagem
Com cheiro de presença
Calor do tato, do olhar e do sorriso que   acolhe a esperança
Estou do outro lado
Querendo mesmo está no mesmo espaço compartilhado.

Alexandre Lucas


Vamos orar para que alma seja livre
e que o encontro dos corpos
seja uma benção de felicidade
que os rosários não precisem pedir perdão
vamos orar em ação,
corpo em movimento para dividir prazer,
mas também o campo e a  cidade
no verso que se comunga com revolução.

Alexandre Lucas 

Trovoadas de gritos
E ninguém consegue escutar
Silenciosamente as paredes fazem companhia 
Aqui dentro faz barulho
Já falta força para abrir a  porta e sair
O pávio está curto,
A porta vai abrir a qualquer momento.

Alexandre Lucas


O café da manhã não precisa ser na cama
Quero um corpo quente roçando carinho
um bom dia acompanhado de um sololento sorriso
Um corpo ativo  bagunçando tudo 
O café não cabe na cama, mas  pode ser feito a dois para que não haja espera.


Alexandre Lucas

[23:39, 27/1/2018] +55 88 9679-2889: Entre bucetas
Nem sempre o ânimo
Caminha entre as pernas
O verso sai como pêlo encravado, dolorido
Polido é o jogo de palavras que agora não quero gozar
Não é licença poética
É poética que não se normatiza
Imoral ou imortal
Não é a poesia
É como se ver cada tempo.

Alexandre Lucas


Faço um bordado com sangue
Só pra disfarçar a dor
Ergo as palavras numa confissão de martírio
Amanhã, sempre dizem que é outro dia
Talvez até seja 
Talvez sobre apenas as palavras.

Alexandre Lucas

Não entendo de signos
Queria entender dos mapas
Que pontua cada ponto de prazer no universo do corpo
Do sol e da lua, que narra as histórias de desejo
Da boca que profana gemido e delicadeza 
Da ascendência dos hormônios
Da liquidez do orgasmo
E da imensidão dos cosmos-corpos
Que compõe os signos
Da carne, dos olhos e da na ocupação na varanda do ser.

Alexandre Lucas

A cidade cinza perde as cores alegres
Secam o brilho dos olhos
Como os casais que perdem o desejo de tecer no corpo do outro
Toquemos fogo
para ver no calor da vida, o amarelo, vermelho e azul...e outros desejos.

Alexandre Lucas


Entre a terra dividida e o corpo socializado
Demarco o desejo
Da felicidade construída a cada palmo de prazer
Faz da terra pão e do corpo comunhão
Sem que haja contrassenso
Entre o discurso e ação
Que se estenda a palavra à boca molhada
E na terra tenha fincado os mais altos
Desejos de partilha.

Alexandre Lucas

Trovoadas de gritos
E ninguém consegue escutar
Silenciosamente as paredes fazem companhia
Aqui dentro faz barulho
Já falta força para abrir a porta e sair 
O pávio está curto,
A porta vai abrir a qualquer momento.

Alexandre Lucas

Um café derrama pela noite insônia
O papel recebe o gozo da cabeça inquieta
O esboço ganha forma com o conteúdo que jorra: cabeças
Preto, branco e silhuetas de desejos e conflitos.
Na fábrica da imaginação 
O operário é patrão.

Alexandre Lucas

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