quinta-feira, 15 de março de 2018


Estou menstruado
Sangro Marielles e Pedros, Dinas e Oswaldos, Angelos e Olgas, Heleniras e Pomares
Sangro
As  balas vem dos coturnos
Escutem, eles fazem silêncio
E  se escondem nas sentinelas do poder
Para blasfemar contra os oprimidos
Negros, pobres e faladores  
Negras, pobres e faladoras  
Como cães, as cabeças ocas dos cacetetes   se adestram com vigor a subalternidade   
Que bate continência  ao ódio,
Disseminado pelo opressor
Sangro e se renovo para sangrar
No sangue que se tempera
Do direito negado,
Da fala que se faz primavera
Em tempos quentes e de pouca luz
Sangro com as bandeiras vermelhas
Hasteadas pelos multicolores braços
Dos oprimidos e explorados
A estrada segue
Pois nunca se mata,  o sonho.

Alexandre Lucas   

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